PROGRAMAÇÃO 2022
Evento
07 de outubro de 2022 - Online
Brasil – 9h / UK, Portugal e Angola – 13h / França e Moçambique - 14h / EUA (Washington DC) – 08h
Programação
(Horário de Brasília GMT -03:00)
09h00 – 10h30
Mesa-redonda: “O papel do ensino no processo da internacionalização da língua portuguesa”:
"Responsabilidade social e ensino de PLE: desafios e oportunidades"
"Debates contemporâneos para a promoção de vozes em português: a proposta didática do Plural: Português pluricêntrico"
"Certificação CLES e seu impacto no ensino e aprendizagem do português nos centros de línguas na França”
Moderador: Jefferson Evaristo
10h30 – 11h00
Intervalo (30 minutos)
11h00 – 12h00
Conferência: Roberto Mulinacci
"Mais conjecturas sobre o português como língua pluricêntrica"
Moderadora: Martina Delfino
12h00 – 12h30
Intervalo (30 minutos)
12h30 – 14h00
Mesa-redonda: “A teoria que permeia o processo de internacionalização da língua portuguesa”
"Políticas da Língua e Diplomacia Cultural"
"O ensino escolar de português na França em perspectiva histórica"
“Português: Língua Internacional? Língua de Ciência?”
Moderadora: Luciane Boganika
Resumos Mesa 1:
Kátia Bernardon de Oliveira
"Certificação CLES e seu impacto no ensino e aprendizagem do português nos centros de línguas na França”
O ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras podem ser orientadas por diferentes correntes didáticas. Nesse âmbito, conhecemos, ao longo dos anos, diferentes metodologias de ensino, e, hoje em dia, práticas ecléticas são recorrentes em classe. Ou seja, percebemos que muitos professores não se apoiam em uma única metodologia, e o que acaba os guiando em tal escolha são os objetivos dos aprendizes em estudar tal língua.
Nossa intervenção tratará dos eventuais impactos que o formato das provas da certificação CLES (Certificat des Compétences en Langues de l’Enseignement Supérieur) podem causar na dinâmica de transmissão de conhecimentos socioculturais e linguísticos em sala de aula. Sendo assim, apresentaremos, num primeiro momento, os conceitos chaves dessa certificação, nacional francesa, bem como a sua estrutura. Em seguida, falaremos da repercussão desse formato no planejamento e prática pedagógicos em classe de Português Língua Estrangeira (PLE) na França.
Cabe salientar aqui, que o aluno que integra essa formação é um público não especialista e que busca certificar um nível de língua para efetuar um intercâmbio (mobilidade acadêmica) e uma das conclusões que discutiremos nesta comunicação, é que, ao contrário do que poderíamos pensar, vemos que, devido o enquadramento específico do CLES, o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira não se transforma necessariamente em um curso preparatório para uma determinada prova, onde repetições de exercícios tipos são matéria.
Camila Cynara Lima de Almeida
Debates contemporâneos para a promoção de vozes em português: a proposta didática do Plural: Português pluricêntrico
Pensado para o contexto universitário de ensino de português nos Estados Unidos, os pilares para a elaboração do Plural: Português Pluricêntrico, livro-texto de acesso gratuito, são o pluricentrismo da língua portuguesa, a pedagogia da justiça social e o ensino baseado em projetos. Com propostas de debates urgentes para as sociedades globais, o Plural, com foco em grupos sociais lusófonos, se apresenta como uma possibilidade de apoio ao professor na construção de um curso com práticas inclusivas e empoderadoras. As seções presentes em cada unidade — Acervo, Metalíngua, Sonoridade, Vozes Lusófonas e Projeto — se complementam com o intuito de, ao apresentar um macrotema, ampliar o repertório crítico dos aprendentes sobre ele a fim de gerar um produto de impacto comunitário, sem deixar de oportunizar o aprendizado do léxico, da gramática e da fonética da língua.
Ana Reimão
Responsabilidade social e ensino de PLE: desafios e oportunidades
Nesta apresentação vou refletir sobre o meu contexto enquanto professora de PLE no ensino terciário no Reino Unido desde 2005, referindo não só a minha atuação em sala de aula, mas também a minha atividade como organizadora de eventos culturais e como co-fundadora de uma associação de professores e investigadores (TROPO UK). Esta reflexão pretende expor os desafios e oportunidades que regem o trabalho das pessoas que atuam na promoção da língua portuguesa e das culturas a ela relacionadas ou adjacentes, num contexto internacional, mantendo um foco no desenvolvimento de competências interculturais e na ativação da dimensão afetiva dos intervenientes, promovendo a responsabilidade social.
Roberto Mulinacci
Mais conjecturas sobre o português como língua pluricêntrica
Um fantasma ronda a Lusofonia: o fantasma do pluricentrismo. De fato, ao longo dos últimos anos, esse conceito-chave da sociolinguística variacionista, virou, para a língua portuguesa, uma espécie de truísmo ou de verdade apodítica, isto é, algo de aparentemente tão evidente que nem precisa ser demonstrado. Pelo contrário, apesar dos contornos bastante idealizantes e, às vezes, inclusive simplistas, que o debate científico sobre o tema tem vindo a assumir também no âmbito dos países lusófonos, é a própria pertinência teórica da noção de pluricentricidade aplicada ao português que essa palestra pretende questionar, a partir não só das concretas implicações “ontológicas” e (geo)políticas do termo, como também do ponto de vista das suas possíveis e desejáveis projeções didáticas.
Resumos Mesa 2:
Felipe F. Guimarães
Português: Língua Internacional? Língua de Ciência?
A apresentação trata de temas distintos (mas interligados) como internacionalização, proficiência linguística e o papel dos idiomas e das políticas linguísticas em processos de internacionalização. Lida também com um modelo de política linguística para universidades engajadas na internacionalização. Por fim, discute o papel da língua portuguesa como língua internacional e de divulgação acadêmica/científica.
Carla Figueira
Políticas da Língua e Diplomacia Cultural
Ingrid Bueno Peruchi
O ensino escolar de português na França em perspectiva histórica
A ensino escolar na França é tradicionalmente um exemplo de abertura à promoção de línguas estrangeiras – quer sejam as dos países vizinhos, quer sejam as de parceiros comerciais ou de populações estrangeiras que vivem no país. Mesmo que essa política educacional plurilíngue tenha começado antes da década de 1970, em função das exigências ou dos interesses geopolíticos anteriores, ela se organizou e se afirmou principalmente no início dessa década, quando cresce a necessidade de mão-de-obra qualificada no contexto da aceleração da globalização. Entre as línguas estrangeiras oferecidas ao longo daqueles anos, precisamente a partir de 1973, encontrava-se o português, cujo ensino ainda existe apesar de dificuldades intermitentes, como a diminuição do quadro de alunos e a redução, ao longo das últimas décadas, do número de vagas para professores nos concursos. O objetivo deste trabalho será estudar, com base em publicações científicas e governamentais (textos jurídicos sobre políticas plurilíngues ou sobre a diversificação de línguas nas escolas; acordos bilaterais, etc.) as condições e razões para a implementação do ensino da língua portuguesa no sistema escolar francês, bem como sua evolução, seus públicos e sua relação de poder com as demais línguas ofertadas.